sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A TECNOLOGIA É UMA ESTRATÉGIA

LEIA O TEXTO:
A TECNOLOGIA É UMA ESTRATÉGIA
Bento Duarte da Silva (pág. 193 a 208)
Parte I
O mundo que se apresenta exige o conhecimento e a utilização das diversas e distintas tecnologias e, as TIC são ferramentas que possibilitam a emissão e a recepção de qualquer tipo de informação contribuindo para a formação e estruturação da sociedade.
As tecnologias foram invadindo os espaços de forma a especificar e melhorar rapidamente o que já existia, promovendo assim o surgimento de novos atores e consequentemente novos processos de adquirir e repassar o saber e a aprendizagem.
É um processo cumulativo que ao mesmo tempo, que mantém também permite reformulação dos saberes acarretando numa evolução constante dos mesmos.
Sendo assim, é importante que começamos a refletir sobre a aplicabilidade dessa tecnologia em nossas vidas. Precisamos entender e saber que tipo de tecnologia é essa e qual é sua essência, por exemplo.
1- Que tipo de tecnologia é essa?
É uma TIC resultante do aperfeiçoamento dos microprocessadores que trouxe mais velocidade ao processamento e maior capacidade de armazenamento e pela digitalização da informação que permitiu a compatibilidade entre diferentes sistemas.
Formou-se uma rede comunicativa universal em que tudo está ligado, relacionado, como por exemplo a Internet. Através dela, a aquisição de informações tornou-se muito mais fácil, devido a sua velocidade, alto armazenamento e compatibilidade com diversos recursos e sistemas.
Por ela abre-se um mundo totalmente novo e antes não imaginado. Sua utilização permite, vejam só, a conversação, trocas de informações, reclamações, compras, vendas, relacionamentos, propostas, soluções, entre outras possibilidades.
A era virtual traz o mundo para dentro da nossa casa, em fatos reais e muitas vezes, quase que instantaneamente ou instantaneamente.

2- Qual é a essência da tecnologia?
Uma vez dizia-se: “a tecnologia faz a mudança”, porém se não houver reestruturação nos procedimentos adotados e não existirem pessoas competentes e qualificadas para tal, a tecnologia não tem valia.
Tratando-se das TIC na educação, tem-se a necessidade de uma estratégia que possibilite a compreensão e como deve ser feita essa integração.
Essa estratégia, também denominada design estratégico, refere-se a um planejamento que trata de decisões, ações e alternativas firmes, inteligentes e reflexivas que permitam a realização dos objetivos com bons resultados.
Para que as tecnologias e a educação se unifiquem é necessário que se tenha em mente o que se busca com as TIC tanto em relação ao estudante como à própria escola e para tanto é necessário planejar.


PARTE II
Novo mundo educacional
Vivemos em uma sociedade que tudo muda, nós mudamos, mas a escola pouco tem mudado nos últimos tempos. Sentimos a necessidade que a escola precisa mudar e esta mudança precisa iniciar logo.
Precisamos de uma escola como sugere Silva (2008:198):
...como um sistema de construção do saber, de enriquecimento moral e social, um espaço onde se considere cada aluno como um ser humano à procura de si próprio, em reflexão conjunta com os demais e com o mundo que o rodeia.
Precisamos sim renovar a escola e as tecnologias contém os ingredientes necessários para favorecer esta mudança. Essa mudança iniciaria através de uma organização orientada pelos princípios da pedagogia diferenciada e dos modelos construtivistas da aprendizagem cujos objetivos assumissem que o indivíduo é o centro condutor das ações e atividades realizadas na escola.
As tecnologias da informação, principalmente com a utilização da internet nas atividades escolares, permitem corresponder a este novo modelo de escola que estamos buscando.
Mas, utilizar a internet e outras tecnologias da informação em sala de aula não basta para revolucionarmos a educação. Num novo paradigma de aprendizagem a escola “consistirá em saber interagir com as fontes de conhecimento existentes – escola, professores, sociedade”. (p.200).
A tecnologia torna possível o acesso direto à informação, mas não é possível o acesso direto ao conhecimento. Passar de um conhecimento intuitivo para um conhecimento reflexivo em que o estudante seja capaz de organizar, associar e estabelecer relações com as informações não se alcança com a imediaticidade.
Esse fator requer tempo, calma e paciência para aprender a pensar e utilizar as informações adquiridas através das tecnologias em informações novas sujeitas a discussões, debates e interações.

Parte III
QUAIS AS CONDIÇÕES PARA A INTEGRAÇÃO DAS TIC NA ESCOLA
Segundo o autor, Bento Duarte da Silva, o sucesso da integração das TIC na escola depende de três fatores:
  1. Deve estar integrada no projeto curricular:
Não basta aplicar novas tecnologias, é preciso integra-la ao currículo tendo em vista a natureza e a função do educativo na escola. As TIC desenvolvem os processos mentais, nesta dinâmica, a preocupação do professor está em como acontece a aprendizagem, de que forma o aluno aprende significativamente.
  1. Convergência entre o conhecimento pedagógico e o pensamento do professor:
Definido pelo autor como aspecto objetivo o conhecimento pedagógico adquirido pelo professor na sua formação, e em aspecto subjetivo o pensamento do professor com relação a sua ação pedagógica, sua capacidade critica de criar, recriar, buscar novas alternativas.
Para a utilização das novas TIC Silva & Maria (2000) definem como ponto inicial a busca de três novos saberes:
Saber de carácter instrumental e utilitário ou alfabetização informática; saber e competências ao nível de pesquisa, seleção e integração de informações e saberes no desenvolvimento das formas de comunicação e expressões em ambientes virtuais.” Pág.206
A formação do professor deve atuar em três dimensões: a tecnológica (manipulação das TIC), a expressiva ( domínio das linguagens de cada TIC) e a pedagógica (conhecimento integrado ao currículo escolar). Silva cita Moderno (1992:165), para alertar que: “o domínio da técnica induz, muitas vezes, o formador a ilusão de domínio pedagógico”.
  1. Inserção numa política de renovação pedagógica na escola:
Estar integrada no projeto curricular e incluindo na formação e ação de professor é insuficiente para potencializar o uso das TIC na escola, para que aja uso eficaz e continuo das mesmas faz-se necessário adotar uma política ampla de renovação pedagógica, utilizando para isso: mudança na filosofia da escola, uso de projetos interdisciplianares, criação de mediatecas, de centros de recursos, de apoios pedagógicos, de ampliação e reformas arquitetônicas, contratação de pessoal tecnicamente qualificado para dar suporte.
O autor é enfático ao ressaltar a mudança da filosofia da escola, num projeto amplo de uso das TIC, caso contrário haverá situações de aprendizagem bem sucedidas, mas que serão pontuais, isoladas, eventuais.

ALGUMAS CONCLUSÕES CITADAS NA UNIDADE 4 SOBRE O USO DAS TIC:
  • As TIC não são meros instrumentos para comunicar conteúdos, elas interagem com a estrutura cognitiva dos sujeitos e com as estruturas das organizações do pensamento;

  • Cada época histórica apresenta um conjunto de novas teconologias, o uso do ciberespaço nos remete a época das comunidades tribais onde o saber era partilhado e construído pelo grupo, de forma personalizada e partilhada;

  • A escola tem a oportunidade de renovação, passando da lógica da instrução, memorização e transmissão para a lógica da construção da aprendizagem colaborativa;

  • Urge a necessidade do debate na escola sobre e com as tecnologias no campo organizacional, o que não vem ocorrendo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário